segunda-feira, 31 de maio de 2010

Parte 4

Acordei pelo irritante barulho do despertador de porquinho que pulava mais que sapo, mas com vertigem. Desci as escadas, havia borboletas em meu estômago, creio que a ansiedade estava me fazendo mal, Sophia havia me avisado, o amor dói! Não sei se a saudade passa por completo, mas a sensação dele esta presente em mim. Tentei esquecer e disfarçar, em vão, o sorriso – para encarar meu pai. Ele me esperava com panquecas preparadas, Sônia (nessa hora, como sempre, minha mão foi involuntariamente ao meu pescoço, onde o colar em formato de M, que minha mãe tinha me dado, repousava) estava ao seu lado feliz. Minha mãe havia morrido há muito tempo e meu pai havia estado sozinho até alguns meses atrás, quando ele conheceu Sônia e a trouxe para morar conosco. Ela era alegre, animada e gostava de mim, bastava.
Comi apressadamente e me arrumei o máximo possível e olhei de relance para meu diário que parecia ter estado em um lugar diferente de quando saí, desviei o olhar zombeteiro para o espelho, quanta imaginação. Espalhei um pouco de corretivo sobre as olheiras.
Amarrei o cabelo em um rabo-de-cavalo e peguei mochila tentando me lembrar se havia feito o dever. Desci as escadas e me direcionei a porta.

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