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E ela tateou e procurou alguma coisa que a levasse pra casa, enquanto a luz do mundo dos outros ofuscava a visão já um pouco turva da realidade, encontrou-a e perguntou:
_Aonde estou?
_Não se preocupe, é só a gente virando gente.
E quem entende? Só sei que eu tava lá, enquanto as duas mentes se fundiam e viravam uma, ou viravam e desviravam enquanto tentavam se tornar... e se tornavam aquilo que cada um via, e eles viam a mente que de repente deixava de pertencer e passava a ser, que deixava de pensar e passava a existir, que não era mais duas, ou um plural singularizado mas era apenas o convencional, e com uma pitada de esperança, que se esvaia a cada suspiro, ela foi afogando os sonhos e amordaçando essa esperança, a esperança de que o mundo dela se tornasse o dos outros, ou pelo menos, que fosse um pedacinho da verdade, da verdade de cada um... e a verdade se tornou uma, e a mentira se tornou tudo aquilo que não fosse verdade. Embora eu não concorde, assim como ela eu não posso mudar o mundo, eu só posso me agarrar as verdades que não são as minhas e alimentar as minhas mentiras no fundo daquilo que eu chamo de "ser".

Juro que vou parar de pensar! o-o

[Pra ser lido ao som de Scarecrow-Pink Floyd e interpretado como você quiser!]

Ps.: Eu só tentei expressar o momento que eu to passando, tô sentindo que eu tô crescendo, e tô sentindo que eu tô me perdendo, tô me perdendo de mim... queria mostrar o conflito das duas mentes que eu tenho, e acho que todo mundo deve ter, me sinto meio louca falando essas coisas, mas sei lá, acho que tô com medo, medo de crescer e me aborrecer com a vida, medo de crescer e não me amar, medo de crescer e não ser feliz, feliz simplesmente por poder pensar as coisas mais loucas e pisar nas linhas da calçada... Tô com medo de parar de rir, e tô com medo que isso já esteja acontecendo, tô com medo de gritar sem motivo e ficar correndo feito doida só porque tem que dar tempo de fazer tudo, tô com medo de não poder ouvir a mesma música repetidas vezes ou dançar feito doida pela casa quando tô sozinha... tô com medo de me perder menos vezes no espelho e me achar mais vezes nas palavras dos outros, tô com medo dos dedos apontados na minha cara, to com medo de ceder, e me entregar totalmente pra sociedade, pra conspiração... prefiro pirar totalmente.